A piscina cintilante do Campestre
Havia para mim algo de hipnótico na superfície cintilante da grande piscina da sede campestre do Clube Recreativo Curvelano (CRC). Nos inesquecíveis anos 1980, o meu olhar adolescente mergulhava fundo nas ondas de luz daquelas águas límpidas, se afogando em imaginação e sonhos acordados. Manhãs e tardes ensolaradas de sábado na minha pequena Curvelo (MG) convidavam jovens, adultos e crianças a viver horas alegres. As minhas eram lá no Campestre, a seis empoeirados quilômetros do centro da cidade. As imagens desse tempo e lugar ocupam cantinho especial do meu coração. Detrás do salão de festas de piso taqueado e agito noturno despontava o piscinão da nossa casa de veraneio coletiva. Para chegar nela, virava atleta: saía bem cedo, correndo o trajeto como desafio pessoal de fim de semana. Na ida, ia embalado pelos cumprimentos nas ruas. Na volta, pedia carona. A fitinha mensal de cartolina do CRC era a senha que autorizava acesso às unidades urbana e campestre, fora os convites preenchido...